Table Of ContentCAIO PRADO JR.
E A NACIONALIZAÇÃO
DO MARXISMO
NO BRASIL
Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil 1
Departamento de Ciência Política
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Universidade de São Paulo
Chefe
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Vice-Chefe
Fernando Limongi
Coleção Comentário
Coordenador
Cláudio Vouga
Comissão Editorial
Cláudio Vouga
Eduardo Kugelmas
Gabriel Cohn
Lúcio Kowarick
2 Bernardo Ricupero
Prêmio Lourival Gomes Machado
Menção Honrosa
Bernardo Ricupero
CAIO PRADO JR.
E A NACIONALIZAÇÃO
DO MARXISMO
NO BRASIL
Departamento de Ciência Política da USP
Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil 3
EDITORA 34
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Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil © Bernardo
Ricupero, 2000
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Revisão:
Alexandre Barbosa de Souza
1ª Edição - 2000
Catalogação na Fonte do Departamento Nacional do Livro
(Fundação Biblioteca Nacional, RJ, Brasil)
Ricupero, Bernardo
R81c Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo
no Brasil / Bernardo Ricupero. — São Paulo:
Departamento de Ciência Política da Universidade de
São Paulo; Fapesp; Ed. 34, 2000.
256 p.
ISBN 85-7326-161-7
1. Prado Jr., Caio, 1907-1990. 2. Marxismo -
Brasil. I. Departamento de Ciência Política da
Universidade de São Paulo. II. Fapesp.
CDD - 320.5
4 Bernardo Ricupero
CAIO PRADO JR.
E A NACIONALIZAÇÃO DO
MARXISMO NO BRASIL
Agradecimentos........................................................ 7
Prefácio .................................................................... 9
Introdução................................................................ 21
I. TEXTO E CONTEXTO
EM CAIO PRADO JR.
1.O problema Caio Prado Jr........................................ 37
2.História das idéias e comédia ideológica no Brasil.... 47
II. O CONTEXTO
3.Existe um pensamento marxista latino-americano?... 61
3.1.A questão ........................................................................ 63
3.2.Marxismo e América Latina:
uma incompreensão mútua......................................... 69
3.3.Momentos da história do socialismo na América Latina.. 73
3.4.A III Internacional e a América Latina............................. 75
3.5.A Revolução de Outubro vista da América Latina........... 81
3.6.Para além do localismo e do cosmopolitismo
da esquerda latino-americana ..................................... 89
4.A aventura brasileira do marxista Caio Prado Jr. ..... 92
4.1.Marxismo e Brasil: uma história quase inexistente .......... 92
4.2.Caio Prado Jr. e o PCB.................................................... 108
4.3.Caio Prado Jr. e a literatura sobre a formação do Brasil.. 114
4.4.Caio Prado Jr. como continuador e inovador
no marxismo do Brasil................................................ 124
III. O TEXTO
5.A Colônia................................................................. 137
5.1.O sentido da Colônia....................................................... 137
5.2.Momentos da história colonial........................................ 147
5.3.O caráter da colonização de acordo com Caio Prado Jr... 150
5.4.A Colônia vista por Caio Prado Jr................................... 155
Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil 5
6. A transição entre Colônia e Nação ........................... 160
6.1.A formação do Estado Nacional brasileiro...................... 162
6.2.O fim da escravidão......................................................... 169
6.3.A República..................................................................... 171
6.4.A formação econômico-social brasileira........................... 172
7. A Nação ................................................................... 195
7.1.A crítica política de Caio Prado Jr................................... 195
7.2.Caio Prado Jr. e a esquerda ou mais um capítulo
na história da crítica da cópia brasileira...................... 199
7.3.A repercussão da crítica de Caio Prado Jr. à esquerda..... 213
7.4.O programa político de Caio Prado Jr............................. 218
7.5.A Nação para Caio Prado Jr............................................ 222
Conclusão: O que está vivo e o que está morto
em Caio Prado Jr.?......................................... 229
Referências bibliográficas ......................................... 237
6 Bernardo Ricupero
AGRADECIMENTOS
Gildo Marçal Brandão, Rubens Ricupero, Luiz Bernardo
Murtinho Pericás, Gabriela Nunes Ferreira, Fernando Novais,
Rubem Murilo Leão Rêgo, Alexandre de Freitas Barbosa, Tullo
Vigevani, Norman Gall, Danda Prado, Antonio Candido, Paulo
Martinez, Lincoln Secco, Raimundo Santos, Sylvia Sampaio Góes
Ricupero, Eduardo Kugelmas, Francisco de Oliveira, Maria D’Al-
va Kinzo, Ana Maria dos Santos, José Clovis de Medeiros Lima,
Maria Raimunda dos Santos e Márcia Regina Gomes.
Agradecimentos 7
8 Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil
PREFÁCIO
Numa pesquisa recente feita artesanalmente com um peque-
no mas senior grupo de economistas, sociólogos, antropólogos e
cientistas políticos, sobre quais seriam as obras e autores brasi-
leiros mais importantes do século XX, as respostas indicaram não
estudos teóricos ou empíricos executados segundo sofisticados
manuais metodológicos, mas Casa-Grande & Senzala (1933) e
Sobrados e Mucambos (1936), de Gilberto Freyre; Formação Eco-
nômica do Brasil (1954), de Celso Furtado; Os Donos do Poder
(1958), de Raymundo Faoro; Raízes do Brasil (1936), de Sérgio
Buarque de Holanda; Coronelismo, Enxada e Voto (1948), de
Victor Nunes Leal; Formação do Brasil Contemporâneo (1942)
e Evolução Política do Brasil (1933), de Caio Prado Jr.; A Fun-
ção Social da Guerra na Sociedade Tupinambá (1952) e A In-
tegração do Negro na Sociedade de Classes (1964), e outros, de
Florestan Fernandes; Populações Meridionais do Brasil (1920) e
Instituições Políticas Brasileiras (1949), de Oliveira Vianna; e Os
Sertões (1902), de Euclides da Cunha1.
1 Cf. Simon Schwartzman, “As ciências sociais brasileiras no século
XX”, nov. 1999 (mimeo.). O autor esclarece que a amostragem utilizada, res-
trita à lista de cientistas sociais com os quais se corresponde via Internet, foi
de 49 intelectuais, dos quais 10 sociólogos, 13 cientistas políticos, 14 econo-
mistas, 6 antropólogos, alguns historiadores e gente proveniente da área de
direito, filosofia e administração. O livro de Fernando Henrique Cardoso e
Enzo Faletto, Dependência e Desenvolvimento na América Latina (1970), teria
sido citado como um dos mais influentes, não sendo entretanto reconhecido
como de mérito eqüivalente aos demais.
Prefácio 9
Pode ser que resida aqui uma anomalia. Tomando como
padrão as ciências exatas — que progridem esquecendo seus fun-
dadores — e desconsiderando a natureza das ciências sociais —
cujo trabalho, sob certo aspecto, se assemelha ao de Penélope, que
para atingir seus objetivos necessita refazer seu próprio caminho
—, uma interpretação positivista não hesitaria em qualificar tal
situação como resistência à absorção dos procedimentos meto-
dológicos e técnicos que caracterizariam a verdadeira ciência,
indicação de o quanto estamos atrasados no terreno da profis-
sionalização e institucionalização do saber.
Fora desse sectarismo, no entanto, o que a lista evidencia é
que historicistas e anti-historicistas, holistas e individualistas meto-
dológicos, humanistas e cientificistas, aprendemos todos a pensar
o Brasil com aqueles pensadores. Essa realidade, parte ineliminável
da experiência intelectual de cada um de nós e de cada geração
dos 80 aos 21 anos, é por si só suficiente para tornar risível o dar
de ombros com que por vezes se os considera — como alquimistas
diante dos químicos, como literatura para o deleite dominical do
espírito, como relevantes tão-somente do ponto de vista da história
da ciência. Apesar do caráter datado de muitas de suas proposições
teóricas e análises empíricas, continuam a ser lidos como teste-
munhas do passado e como fonte de problemas, conceitos, hipó-
teses e argumentos para a investigação científica do presente.
O que talvez seja peculiar desse momento é a extensão em
que estão sendo tomados como objetos de análise em si mesmos,
a quantidade de comentários que estão sendo produzidos sobre
suas idéias, o uso que se está fazendo da história intelectual como
instrumento e perspectiva para repensar a evolução histórica e a
problemática política contemporânea do país. Com efeito, além
da emergência ou renovação das disciplinas que tematizam os
problemas do viver em transição — como a violência em suas
diversas formas, o fenômeno da pluralização religiosa, a explo-
são de associativismo, as redefinições das relações de gênero, a
requalificação das relações raciais, as condições sociais para o
exercício da cidadania, o funcionamento das instituições demo-
10 Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil