Table Of ContentMoiseis de Oliveira Sampaio | Sandra Fernández
organizadores
Escalas, periodizações e problemas
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Assessor do Reitor
Paulo Costa Lima
EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Angelo Szaniecki Perret Serpa
Caiuby Alves da Costa
Charbel Niño El-Hani
Cleise Furtado Mendes
Evelina de Carvalho Sá Hoisel
Maria do Carmo Soares de Freitas
Maria Vidal de Negreiros Camargo
Salvador
EDUFBA
2021
2021, autores.
Direitos para esta edição cedidos à Edufba. Feito o Depósito Legal.
Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990, em vigor no Brasil desde 2009.
Capa e projeto gráfico
Vânia Vidal
Imagens da capa
Freepick.com
Revisão
Alana Oliveira da Silva
Normalização
Bianca Rodrigues de Oliveira
Sistemas de Bibliotecas – SIBI/UFBA
Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea. Escalas,
periodizações e problemas / Moiseis de Oliveira Sampaio, Sandra
Fernández, organizadores. – Salvador : EDUFBA, 2021.
316 p.
Textos em Português e Espanhol.
ISBN: 978-65-5630-164-8
1.História regional – Brasil – Bahia. 2. História regional – Argentina.
3. Regionalismo. 4. Historiografia. 5. Pesquisa. I. Sampaio, Moiseis de
Oliveira. II. Fernández, Sandra.
CDD – 980
Elaborada por Jamilli Quaresma | CRB-5: BA-001608/O
Editora afiliada à
Editora da UFBA
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SUMÁRIO
Apresentação 7
História regional no Brasil
balanço, perspectivas e alcance 13
Moiseis de Oliveira Sampaio
Bahia and San Francisco Railway,
a ferrovia que rasgou o interior baiano
impactos econômicos, políticos e sociais nas
vilas e povoados do primeiro trecho (1852-1863) 31
Keite Maria Santos do Nascimento Lima
Histórias e memórias da cidade
Alagoinhas nas trilhas da
“era das ferrovias” (1856-1896) 55
José Jorge Andrade Damasceno
“Terá o meu único ferro”
dominação senhorial no sertão baiano –
Morro do Chapéu, século XIX 91
Jackson Ferreira
Escala, espaço, lugar
reflexões sobre a perspectiva
regional/local 121
Sandra Fernández
La modernidad en escena
teatros, consumos culturales
y sociabilidad en Rosario (1850-1910) 147
Micaela Yunis
Entre Rosario y Mar del Plata
o el mar mirado desde la llanura…
crónicas de sociabilidad y ocio
a fines de la década de 1920 183
Aldana Pulido
Paula Caldo
Un balance metodológico y conceptual
entorno a los estudios regionales y locales
perspectivas comparadas de viajeros sobre
el ámbito regional santafesino 209
Ronen Man
Autoridad criolla sobre moral y civilización
el lugar de los comportamientos en
las cartas de viaje de Gabriel Carrasco –
Santa Fe, Argentina, 1890 239
Paula Sedran
Las comunidades ferroviarias
de San Cristóbal y Laguna Paiva
trabajo ferroviario, sociabilidades
y prácticas entre 1920 y 1940 263
Luisina Agostini
La impronta de la cuestión regional en
el estudio de las organizaciones armadas
durante las décadas de 1960 y 1970
en Argentina 285
Laura Pasquali
Sobre os autores 313
APRESENTAÇÃO
Na década de 1980 do século XX, a história regional surgiu no cenário
historiográfico baiano como consequência direta da expansão das uni-
versidades estaduais para o interior da Bahia, fornecendo curso de
licenciatura em história para diversos municípios, aumentando con-
sideravelmente as poucas vagas anuais, oferecidas pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA), que formava professores e pesquisadores em
história para a capital e interior da Bahia; isso limitava tanto a docência
quanto as pesquisas ao olhar da capital.
Consequentemente, a existência de 12 novos cursos no interior ge-
rou a demanda pela pós-graduação stricto senso em história para estu-
dantes que eram graduados no interior, no entanto, estes teriam que
disputar as poucas vagas de mestrado com os egressos da UFBA, que
rivalizavam com os interioranos tanto em número quanto em perspec-
tiva. Isso começa a ser modificado quando, em 1997, iniciou-se a pri-
meira turma de mestrado em História Regional e Local, oferecida pela
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), na cidade de Santo Antônio
de Jesus, no Recôncavo baiano; o que foi o início de uma nova etapa na
historiografia baiana.
O início das atividades do programa acima citado iniciou as discus-
sões sob uma perspectiva de análise historiográfica com ênfase na his-
tória regional. Assim, essa perspectiva de análise era mais uma necessi-
dade gerada pelas fontes e temáticas no interior baiano do que um novo
pensamento teórico e metodológico. Ainda assim, o regional ressurge
na Bahia, desta vez, visto pelo olhar dos que pesquisavam o tema e co-
nheciam melhor a sua dinâmica.
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Ainda que tenha dado um grande salto, a interiorização das univer-
sidades baianas, tanto na graduação quanto na pós-graduação, não foi
o início da história regional na Bahia. Antes disso, alguns historiadores
baianos desde os anos 1980 se debruçaram em divulgar pesquisas que
tinham o regional como condutor da análise histórica, sem, contudo,
apresentar de forma mais consistente, com uma forte justificativa teó-
rica para os seus estudos. No geral, assumiam como história regional,
mas por falta deste aporte teórico com o que se vinha produzindo no
resto do mundo sobre o regional, estavam mais próximos da história
agrária ou da história cultural do que propriamente de uma história
regional brasileira.
Nos últimos anos, houve avanços, tanto nas temáticas quando na
busca de uma forma brasileira e baiana de compreender o regional.
Os maiores contatos com historiografias latino-americanas compre-
endendo o que se faz em outros países direciona vários pesquisadores
brasileiros a uma compreensão nativa do que vem a ser a história re-
gional brasileira. Ainda que em estado embrionário, mesmo com uma
trajetória que em termos cronológicos não é tão curta, caminha para
sua consolidação.
Na Argentina, a consolidação da história regional como campo de
pesquisa historiográfica se deu de forma diferente. As constantes rela-
ções de intercâmbio comercial, conatural e científico entre os países da
América latina – diferente do Brasil que permanecia de costas para o
próprio continente – favoreceu que muitas das discussões que estavam
acontecendo no México, somente para citar um exemplo, fosse também
discutido nas universidades argentinas. Além disso, o contato com his-
toriadores latino-americanos que tinham contatos com historiadores
europeus, além da proximidade com a Espanha, fez com que a história
regional argentina avançasse a passos mais largos que o seu vizinho na
América do Sul.
A introdução de cátedras nas universidades e a formação de pes-
quisadores na graduação e pós-graduação, valendo-se de uma estrutu-
ra universitária consolidada e eficiente, fizeram com que as discussões
rapidamente evoluíssem nos anos finais do século XX, de maneira que
brasil e argentina na pesquisa regional/local contemporânea
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