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I VO QUEIROZ
Código Logístico
57276
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6415-1
9 788538 764151
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Africanidades e Democracia
Ivo Queiroz
IESDE BRASIL S/A
2018
© 2018 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do
autor e do detentor dos direitos autorais.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
Q44a Queiroz, Ivo
Africanidades e democracia / Ivo Queiroz. - 1. ed. - Curitiba
[PR] : IESDE Brasil, 2018.
132 p. : il. ; 21 cm.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6415-1
1. África - Civilização. 2. Cultura afro-brasileira - História.
3. África - Historiografia. 4. Brasil - Civilização - Influências
africanas. I. Título.
CDD: 960
17-46727
CDU: 94(6)
Capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagem da capa: ElenVD/evdakovka/iStockphoto
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Apresentação
Este livro foi escrito com a intenção de apoiar os estudos iniciais
sobre a presença africana no Brasil. A reflexão contida nestas páginas não
estaciona no passado, mas o retoma a fim de compreender o Brasil atual
e projetar horizontes de esperança. Por isso, sob diversos aspectos con-
vidamos você a pensar e repensar a democracia racial necessária como
futuro possível.
Longe está o autor da neutralidade. Por ser parcial, o perfil da nar-
rativa traz as influências da história familiar marcada pelo ranço da es-
cravidão criminosa e da vivência acadêmica como estudante. O texto está
marcado também por mais de trinta anos de trabalho como professor e
pesquisador das africanidades.
De maneira particular, o autor manifesta respeito e gratidão ao mo-
vimento negro brasileiro, este território espiritual, negro, móvel, forjado
na luta de libertação. Fortalecido pelas contradições dos enfrentamentos,
o movimento negro brasileiro tem contribuído para o avanço da cons-
ciência negra. Uma lembrança especial à militância do Movimento Negro
Unificado – MNU, fundado em 1978, em seus quarenta anos de combate
ao racismo e do compromisso sincero na construção de outras possibili-
dades libertadoras para a gente negra. Nosso louvor a todas as mulheres,
a todos os homens e à diversidade, às pessoas mais velhas e jovens que,
voluntaria e corajosamente, constituem o movimento negro brasileiro e,
por meio dele, vêm alterando a pauta nacional e, aos poucos, abrindo no-
vos espaços de enfrentamento e emancipação do nosso povo.
Grave erro será concluir que traçamos uma linha de ódio aos bran-
cos. Jamais! Devemos encarar o passado serena e honestamente, ainda
que isso seja dolorido. O espírito de ubuntu e o axé de nossos ancestrais
inspiram-nos a convocar nossas irmãs e nossos irmãos brancos a deixa-
rem de lado o conforto da branquitude e a se unirem a nós na edificação
de um país onde haja verdadeira pluralidade racial.
Oxalá o espírito de ubuntu e o axé recebido dos ancestrais sensibili-
ze a gente racista do Brasil ao respeito pela justiça e liberte o seu pequeno
eu egoísta de perseguir unicamente o bem-estar individual.
Em que pese o papel e a força da lei, como reguladora das relações sociais, suge-
rimos que a fraternidade e a sororidade sejam os valores primários que antecedam à lei
na democracia racial necessária. Por isso, o tema deve ser estudado com mente aberta
e coração quebrantado. Ubuntu e axé não combinam com arrogância e prepotência.
Dialogar é preciso.
Agradecemos à professora Janaína Souza de Queiroz pela consultoria no Capítulo 6.
Abençoadas/os sejam as/os nossas/os ancestrais.
Louvadas/os sejam nossas/os mártires.
Sobre o autor
Ivo Queiroz
Doutor e mestre em Tecnologia pela Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR). Licenciado em Filosofia pela Universidade
Católica do Paraná (PUCPR). É professor titular aposentado da UTFPR,
onde ministrava aulas de Filosofia, Ética, História, Sociologia, Metodologia
de Pesquisa e Presença Africana no Brasil: Tecnologia e Trabalho. Atua
principalmente nos seguintes temas: Ética, Educação tecnológica, Filosofia
da ancestralidade e Tecnologia.
Sumário Sumário
1
Quando o ser humano é o problema 9
1.1 Conceituando o ser humano 10
1.2 O conceito de problema 13
1.3 Discursos raciais no cotidiano da sociedade 15
2
Democracia racial:mito ou realidade? 23
2.1 Concepções de democracia e mito 24
2.2 Mito da democracia racial 27
2.3 Democracia racial necessária 31
3
Racialização da cultura brasileira 39
3.1 Conceito de raça e racialização 40
3.2 Exploração racial na fundação do Brasil 45
3.3 Mudanças políticas e manutenção da exploração racial 46
4
Os povos fundadores do Brasil 53
4.1 Portugal e a expansão capitalista 54
4.2 A colonialidade portuguesa e a expansão capitalista no Brasil 55
4.3 Parâmetros culturais de autóctones e africanos 56
6 Africanidades e Democracia
Sumário Sumário
5
Tecnologia africana e resistência 69
5.1 Pressupostos culturais da tecnologia 70
5.2 Negros africanos: tecnologia e trabalho no Brasil 73
5.3 Resistência negra 75
6
Racismo, gênero e diversidade 83
6.1 Gênero e diversidade 84
6.2 Racismo homofóbico 87
6.3 Movimentos de mulheres negras e feminismo negro 91
7
Reação contra a violência racial 99
7.1 Extinção da escravidão e violência racial subsequente 100
7.2 Formas de enfrentamento do racismo e a construção da identidade 101
7.3 Branquitude 108
8
Questão de consciência e democracia 115
8.1 Tomada de consciência, uma necessidade universal 116
8.2 Processo histórico da consciência negra 118
8.3 Consciência negra e as cotas raciais 120
Africanidades e Democracia 7