Table Of ContentTradução de Guilherme João de Freitas Teixeira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Piaget, Jean
A psicologia da inteligência / Jean Piaget ; tradução de
Guilherme João de Freitas Teixeira. – Petrópolis, RJ : Vozes,
2013.
Título original : La psychologie de l’intelligence
Bibliografia
ISBN 978-85-326-4680-4 – Edição digital
1. Inteligência 2. Pensamento I. Título.
13.08191 CDD-153
Índices para catálogo sistemático:
1. Inteligência : Processos mentais : Psicologia 153
© Armand Colin, 2012
Título original francês: La psychologie de l’intelligence –
Collection “Bibliothèques des Classiques”
Direitos de publicação em língua portuguesa – Brasil:
2013, Editora Vozes Ltda.
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25689-900 Petrópolis, RJ
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Diretor editorial
Frei Antônio Moser
Editores
Aline dos Santos Carneiro
José Maria da Silva
Lídio Peretti
Marilac Loraine Oleniki
Secretário executivo
João Batista Kreuch
Editoração : Maria da Conceição B. de Sousa
Projeto gráfico : Sheilandre Desenv. Gráfico
Capa : Aquarella Comunicação Integrada
ISBN 978-85-326-4680-4 (edição brasileira digital)
ISBN 978-2-200-27919-6 (edição francesa impressa)
Editado conforme o novo acordo ortográfico.
Sumário
A inteligência, apesar de tudo
70 anos: 1942-2012
Os alvos de 1942: o logicismo e a Teoria da Forma
1942-2012: precursor das ciências cognitivas
1967-2012: as evoluções, os pontos fracos
E, no entanto, ao reler com atenção nos dias de hoje...
Referências
Prefácio
Prefácio da 2ª edição
Primeira parte
Capítulo I
Situação da inteligência na organização mental
Natureza adaptativa da inteligência
Definição da inteligência
Classificação das interpretações possíveis da
inteligência
Capítulo II
A interpretação de Bertrand Russell
A “psicologia do pensamento”: Bühler e Selz
Crítica da “psicologia do pensamento”
Lógica e psicologia
As operações e seus “agrupamentos”
A significação funcional e a estrutura dos
“agrupamentos”
Classificação dos “agrupamentos” e das operações
fundamentais do pensamento
Equilíbrio e gênese
Segunda parte
Capítulo III
Histórico
A Teoria da Forma e sua interpretação da
inteligência
Crítica da Psicologia da Forma
As diferenças entre a percepção e a inteligência
As analogias entre a atividade perceptiva e a
inteligência
Capítulo IV
O hábito e a inteligência
1 Independência ou derivações diretas
2 Tateamento e estruturação
A assimilação sensório-motora e o nascimento da
inteligência na criança
A construção do objeto e das relações espaciais
Terceira parte
Capítulo V
Diferenças de estrutura entre a inteligência
conceitual e a inteligência sensório-motora
As etapas da construção das operações
1 O pensamento simbólico e pré-conceitual (1,6-
2 a 4 anos)
2 O pensamento intuitivo (4 a 7-8 anos)
3 As operações concretas (7-8 a 11-12 anos)
4 As operações formais (11-12 anos e durante a
adolescência)
A hierarquia das operações e sua diferenciação
progressiva
A determinação do “nível mental”
Capítulo VI
A socialização da inteligência individual
“Agrupamentos” operatórios e cooperação
Conclusão
Referência sumária
Textos de capa
A inteligência, apesar de tudo
Olivier Houdé
O ano de 1942 corresponde à metade da vida de Jean
Piaget, nascido em Neuchâtel em 1896, tendo falecido em
Genebra, em 1980. Com 46 anos, era para Piaget o ano da
“inteligência, apesar de tudo”. Em plena Guerra Mundial
(ele já havia conhecido a tragédia de 1914-1918), o Collège
de France, em Paris, convidava-o a dar uma série de aulas
sobre “a psicologia da inteligência”. Piaget aceita tal convite
por condizer perfeitamente com sua obra: apesar da
situação de guerra e da desconstrução da França, ocupada
desde 1940, ele continuava construindo resolutamente seu
edifício intelectual, do mesmo modo que a criança deve, em
seu entender, construir sua inteligência pela escolha de
suas ações e pela tomada de distância em relação ao real.
No entanto, ele justifica sua atitude desde a primeira página
do volume da publicação de suas aulas após a guerra
(1947), pelo editor Armand Colin, lembrando seu privilégio
ao responder ao convite do Collège de France “[…] em um
momento em que os professores universitários tinham
necessidade de demonstrar tanto sua solidariedade diante
das violências suportadas quanto sua fidelidade aos valores
permanentes” (p. 18, ed. de 2012).
70 anos: 1942-2012
Depois de uma 2ª edição inalterada desse volume, em
1967, a mesma editora, Armand Colin, decide reimprimir em
2012, ou seja, exatamente 70 anos mais tarde, La
psychologie de l’intelligence de Jean Piaget na coleção
“Bibliothèque des Classiques” (Biblioteca dos Clássicos). O
editor me convidou a escrever o prefácio para esta nova
edição com um espírito de homenagem crítico semelhante
àquele que havia sido desejado pela Editora Presses
Universitaires de France por ocasião da escrita atualizada
(HOUDÉ, 2004) do volume n. 369 da coleção “Que sais-je?”,
La psychologie de l’enfant (A psicologia da criança) de Jean
Piaget e Bärbel Inhelder (1966). Com um número de páginas
bem mais reduzido em relação aos outros volumes, estes
dois títulos que podem ser considerados, em parte, como
gêmeos, são os mais acessíveis da obra de Piaget.
O objetivo consiste, aqui, em restituir a originalidade de
La psychologie de l’intelligence no contexto de meados do
século XX, além de mostrar como, 70 anos depois – no
momento das ciências e das neurociências cognitivas –,
algumas fulgurâncias intelectuais de Piaget mantêm uma
surpreendente atualidade, enquanto outros aspectos de sua
obra estão ultrapassados.
Os alvos de 1942: o logicismo e a Teoria da Forma
Se procurarmos identificar as forças intelectuais da época,
ou seja, os interlocutores, potenciais contraditores, diante
de quem Piaget faz questão de se distinguir neste livro –
seus alvos –, é possível detectar, de forma bastante nítida,
os dois seguintes: (1) no que se refere à lógica, o filósofo
Bertrand Russell (1872-1970); e (2) no que diz respeito à
percepção, os psicólogos da Forma (Gestalt ).
Piaget opõe-se com firmeza a Russell e à sua ideia de que
as leis lógicas possuem um teor objetivo ideal,
independente da psicologia (logicismo); nessa postura, ele