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Discl.,,\ti1tldo a t-lis+ó.,-.ia Brasil
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economia coloV\ial
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XVI-XIX)
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D. t· d t-J· t" . d B IBLIOTECArn
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A
eco,-.o,'l-1ia colonial
bv-asile.ir'"a
XVI-XIX)
(séculos
João Fragoso
lvlanolo Florentino
Sheila de Castro Faria
Coordenação:
~1aria Helena Capelato
Maria Lígia Prado
1
© João Fragoso
Manolo Florentino
Sheila de Castro Faria
Copyright desta edição.
SARAl\l\ S_.t\. livreiros Editores, São Paulo, 2000.
Av Marquês de São Vicente. 1697 - Barra Funda
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Dados lnteroacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Uno~ SP. Brasil)
Fragoso, João
A economta colonial brasileira : (secuJos XVI-XIX), João Fragoso,
Mano lo Florentino, Shei la de Castro Fana ; coordenação Maria Helena Cape
lato, Maria Llgia Prado. - São Paulo : Atual. 1998. - (Discutindo a história
do Brasil)
Bibliografia.
JSBN 85-7056-872-X
1. Brasil - Período colonial 2. Economia - H1stóna - Brbil l.
Florentino. Manolo Jl Faria, Sheila de CasLro. 111. Capelato, ~fana
Helena. JV Prado, Maria Lígia. V. Título. VI. Séne.
97-5329 CDD-330.981
iodices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Economia colonial História 330.981
Coleção Discutindo a História do Brasil
Desen\'oh·imento de produto
Gerente· Wilson Roberto Gambeta
Editora: Vitória Rodrigues e Silva
Assessora editorial: Dolores Feroández
Editor de texto. Roberto B de Albuquerque
Preparação de texw· Maria Luila Simões
Pesquisa iconográfica: Cristina Akismo
Produção editorial
Gereme: Clâud10 Espósito Godoy
Assistente: Sandra A. Celestino de Oliveira
Revisão de texto. Maria Luiza X. Sou:o (coord.)/Pedro Cunha Jr.
Editor de arte: Celson Scotton
Diagramação: Rosi Meire Martins Manano
Editoração eletrônica: Silvia Regioa E. Almeida (coord.~'Grace Alves
Adriana~- Nery de Souza
Produção gráfica
Gereme: Antonio Cabello Q. Filho
Coordenador: José Rogério L. de Simone
Assistente: Emerson Charles dos Santos
Colaboradores
ProJelo gráfico· Tanta Ferretra de Abreu (capa)lMarcos Puntel de Oliveira (miolo)
Imagem de capa: Loja de carne seca, Jean-Baptis1e Debret
Mapas: Mário Yoshida
Ftlme:. (D.T P.) Reflexo FotoLilo Lula.
Suméu. . io
Bate-papo com os autores.......................... ...... ........ 1
Introdução ........... ..... .. .. ... .. . .. . .... .. ... . .. . .. .. ...... ....... ....... 4
1. As origens: Europa e Portugal entre os
séculos XIV e X\11 .. . . .. . .. . . . . .. . . .. .. . . . . . .. . . .. . .. . . .. . .. . . . . .. . . 6
2. A montagem da economia colonial brasileira
(séculos XVI e Ãv1I) . .. . . . . . . . .. . .. .. . . . . . . .. . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3. A diversidade da produção colonial .. ... . . .. . .. . . . . . .. . 51
4. A recriação social da riqueza e
da pobreza na colônia . . . . . . .. . .. .. . . . . . . . . . .. ... . . .. . . . . . . . . . . . 76
5. Brasil, África e Portugal no contexto do sistema
atlântico: séculos XvlII e XIX ... . . . . .. .. .. .. . . . .. . . . . . . . . . . . 89
Conclusão . . . . . . . .. .. . . . . . . . . . . .. . . . .. . .. . .. .. . . . . . . . . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Cronologia . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. .. . . . . . .. .. .. .. . .. .. . . . . . . .. . .. 117
Bibliografia . .. . . .. . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . .. . .. .. . . . . . .. . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . 123
Discutindo o texto .................................................... 125
Bate-papo coi'Y\ os avttoY'eS
O
carioca João F. .a 6o
~o conheceu o capi.x. . .iha .Ma
nolo Florennno em Nireró1.
quando ('ram alune!:: de pó,
graduaçJo ela liniYe:-sidade Flumirn:n!::e. Eles se Ls;x.cializ.JGHll em
históna econôm1ca LOlonial, Jssunto que tem cr. 1mado a arençao do~
hisconadore:,. apre~cntando Jma nO\·a mrerprt.:~.çâo hhtodográf1c1
em suJ!) lese!:: de doutoramento A-:, pe-;quis~:- que de"iem eh em,
consu1:ando :uqt.n os bra~1leiro,:; e C<;trangeiro:,, ji renderam Jiver-.;o~
artigo~ e os l:vros Homens de grossa al'eJ1/ura em costtls negra", e
A paz das senzalas
Hcje ambos são coleg:is na Uni\ ers1d~:ie Fede1al do Rto <leJane1ro.
P~ua es·e trabalho a dupJa tornou-se un: tr:o. com o com-ice à
profes.sor:.1 ~hciJa Caz-tro fana parJ. parucipar c,a dabor3.ção da ohra.
coPtribtnnco com scu5 C'Jnh~cimcn:o~ :mim~ 11:'•Lórb d:.:i f'-1 mília
,1-,sunto em que é especi.1li..,ta e sobre o qual lecion3 na Cnher,tdadê
[a
Federal Flumincrse. e:: o profes,or ~tmcki re~gacanm -.u:1s expe
riência, co·no professores do l? e 29 graus tempo cln qual guardam
boas lembranças.
Embora não sejam muito comun!:> pJrcer:1s em ol--ra-, de;;,e
gênero, eles nos conr:m1 1gora um poLco <les.,e L'" 1balho
Vamos conhecê-los me:hor. inicilndo no~~c )r.te-papo:
P. Como vocês situam sua abo,·dagem da história econômica
colonial brasileira em relação às pe,·spectfras mais clássicas
nesse campo?
R. De cc-rto modo. e~te rr.1b:1lho ~e m~ere em uma ter.denda lu~to
-o_
riográfJC:1 que se dc,erxolYcu ao longo d .. déc1dJ de quando. :1
partir do"" rrab,tlho" de (1~0 Cardo!io Jacob Gor~ncler e .\ntôrno
1
Bar.o, de Castro. dentre outros, e iniciou uma crítica mais elaborada
:10:) quadros explicativos que, fotjados ao longo dos anos 30 e 40,
ressaltavam a hislória eco:iômíca colonial como mero apêndice da
economia européia moderna. A nov.dade que tentamos incorporar
aqui diz respeito a um maior peso do mercado interno. às formas
específicas de reprodução da riqueza colonial além de sua natureza
atlântica (ou seja. intimamente ligada não apenas à Europa, mas
também à hic;;cória africana durante a época moderna).
P. Vocês crêem que para entender o Brasil contemporâneo é
necessário conhecer o período colonial?
R. Claro que sim, como, aliás, está expresso !'lo trabalho de um
clásc;ico como Cafo Prado Júnior. que não gratuitamente chamou c;eu
e,rudo sobre a colônia ele Formaçàc do Brasil contemporâneo. I\esse
sentido. nunca é <!emais re~saltar que um dos craços constituintes do
Brasil às portas do próximo milênio é. ainda a presença de uma
hierarquia social e econômica profundamente excludente, cuja naru
reza e permanênaa temporal remete, independer.temente dos con
teúdos, à coJônia.
P. Como vocês trabalharam neste livro as 1·eúifões econômicas
entre a colônia e a metrópole portuguesa?
R. Parte dessa questão jã foi anteriom1ente respondida. De qualquer
moJo. procurou-"e resgatar os fruto~ da efetiva profü,sionalizaçào do
historiador (recenússima, pois ocorreu a partiI da disseminação dos
curso~ de pós-gractuaçào, iniciada na década de 70), que tem gerado
inúmeras pesquis1s de base, as quais te:-idem a romper com a
tradição ensaística da historiografia nacional. A.~sim, com muito maior
pertinê!"lcia do que antes. SLblinhamos a dinâmica interna das estrutu
ras socioeconômicas coloniais. sem esquecer. é claro, as suas ligações
com a Europa e a África.
P. Do seu ponto de vista a escravidão é o sustentáculo central
e dominante da produção econômica cok>rliall
R. Sim. porque. entre nós, a escravidão desempenhou uma função
sociológica muito específica. que era a de, independememente da
partkipação dos escravo~ no total da população, permitir à elite
colonial, através da apropriação da renda gerada pelo trabalho cativo,
perpetuar a diferenciação entre o~ indivíduos livres. Ao me mo
tempo. cabe lembrar que. por exemplo, no primeiro quarto do século
XIX, a população escrava correspondia a cerca de um terço do rotai
2
da população brasileira, o que significa que, além de senhores e
cativos. havia um enonne peso sodoeconômico de camponeses,
trabalhadores urbanos, etc.
P. Como foi a experiê1Jcia de escrever este livro a t,·ês mãos?
R. Hoje em dia, em razão mesmo da própria profissionaJjzaçào dos
estudos históricos. são cada vez ma.is raros os profissionais que têm a
pretensão de tudo abarcar. 'esse sentido, o trabalho em grupo. desde
que embasado em uma sintonia teórica e metodológ1ca, tende a ser
não apenas produtivo. mas também nece~'>ário.
3
1
xi,1em no Brasil diver"º" cJr'-Os de pns-graduaç}o em
IIL.::ória - alguns, \er<ladeirlli:> •fábrica-; de pe!->quisas··. nas
p.1Lwras :le um conceituad·> omaJi..,t.a - , produzmdo
ü1umero~ 1rabalho..., inovadores. baseados em novas e ricJ.s
m:hsas docunentais. Essas pesquisas tên: aiado condiçõe~ para que
ao menos sr possa tentJr oferecer ao~ especialista~. e t.1.mhém ao
grande púh:i.n pe-..,pectiva." inovadoras sobre no,sa hL<;tória econô
mica colonitl DocLmemos encontrados em arquivü.!> situados em
locais às \·ezes di5tJ::tes e inóspitos tran..'ifonnam-..,e em suportes de
pesquisas qu~ penni:em descobrir uma realidade bem dbanta d3que
la cue afirmJum exi,rir na colônia apenas grandes fazendas es:::ra,·b
tas .igadas à exportação.
Desse n:odo, nrnso livro pretende. de manein resumida., apre
sentar resulu<los de :rabalhos acadêmicos recente.,. Não trJ.taremos
de ·ocos elts. nem mesmo esgotaremos a a:1:.í.lbe dos que caíram em
no~sa~ màm. porque isso ulc:-ap:is~aria os limites desta obra, voltada
pan CJ púbL<t escolJr.
Divid.m•J~ a obra em cinco capículo-, O primeiro tra:a. de
manei:-a 50crua, da') condições econômicr s, ~ociab e demog:-áficas
da Europ..1 <l(,identaJ - de Pom.1gaL er:i particular - que confluí
ram para a txpansàc marítima do século X'V. Nesre capítulo. pret~n
demm mostar o p;:.nl)rnma que precedeu e\ iabilizou a colon:zação
por:ugues;1. no Bra,J O segundo capíulo aborda justamente a
mo'lcagem ca economia brasileira. levando em conta a lógica <los
empreendin~encos portugueses e J presença ir.dígena como compo
neme!> fund~menta1... . desse p,.ocesso. O cJpítulo 3 mapeia a dLversi
dad~ da prodLçào cdonial. com-ic.erando desde as atividades escra-
l
L
vistas ligadas à exportação até aquelas \ inculadas ao amplo mercado
interno colorual A ~eguir. trataremos das vüias forrm.~ a~sumidas
pela montagem e manutenção das unidades agrícolas e tamhém de
como se trarn,m.itiam às gerações seguintes o prestígio. os bens e o
poder. O quinto e último cap:tulo enfatiza o sistema a:lânt1co em .-.ua
plenitude, contemplando atravé~ do tráfico atlântico de escraYos, um
pouco d:i histór:a das regiões africanas mtis envo[\·idas com a
exportação de cativos p2ra o Brasil. .\lo5trà-~e, ainda. no Brasil, a
pre~c:nça de um for.e mercado interno. veículo de acumulaç:1o de
recun,os em escala sJficieue para impJJsionar atividade..-, d1versifica
cb~. até mesmo para a. exponaçào.
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